FRATERNIDADE DOM HELDER CÂMARA REALIZA IV JORNADA FRANCISCANA PELOS DIREITOS HUMANOS
A Juventude Franciscana de
Uberlândia-MG pôde vivenciar a IV Jornada Franciscana Nacional Pelos Direitos
Humanos. O tema deste ano foi encarado como um enorme desafio: Aprofundar nesta
temática que, em primeiro momento, se mostra complexa e distante da nossa
realidade e, a partir disto, nos questionar como se envolver nas lutas que já
estão acontecendo.
Um dos casos que foram relatados
foi o da cidade de Araxá, em Minas Gerais. Cidade esta que é conhecida no
cenário nacional e internacional pela estância hidromineral do Barreiro e recebe
muitos turistas em virtude das propriedades terapêuticas de suas águas. Porém,
a chegada de grandes mineradoras trouxeram enormes impactos sociais e
ambientais.
Em 1978, foi detectada
contaminação na produção de fosfato pela ARAFERTIL S.A, hoje, Vale Fertilizantes.
Anos mais tarde, em 1982, fica “constatada a contaminação das águas subterrâneas
e superficiais por bário,
proveniente das águas que se infiltram depois de percolar rejeitos contendo
cloreto de bário da Barragem B4, pertencente a CBMM. Simultaneamente, ocorria
um outro alerta sobre os possíveis efeitos do rebaixamento da mina de fosfato
sobre a fonte Beja (fonte esta tão visitada e apreciada pelos turistas), no que
diz respeito a sua vazão”.
Além disto, os estudos
realizados comprovaram que 6 amostras das águas apresentaram índices de urânio extremamente acima do permitido.
Inclusive uma dessas amostras é referente a fonte Andrade Junior que é visitada
diariamente por turistas e moradores desta cidade. Outra amostra, acredita ser
de um manancial de abastecimento de água para a cidade e este ponto está sendo
investigado pelo Ministério Público. Como consequência, nos últimos 3 anos,
somente das famílias que entraram com ação judicial, já morreram 30 pessoas, de
câncer.
“Eu não tinha muita noção de como
a Mineração impacta e está relacionada com nossa realidade. Essas questões
nunca são retratadas na mídia e também tem muita relação com os poderes
públicos. Temos que aprofundar mais nesta temática para podemos nos preparar e
atuar juntos nesta luta.” Diz Juliene Reis – Subsecretária Local de
Comunicação.
A mineração e o extrativismo se
tornaram o coração do sistema em que vivemos no mundo de hoje. Dominar a
natureza, se apropriar dela de forma privada e tudo extrair como mercadoria.
Esse sistema privilegia uns poucos à custa da exploração e da miséria das
grandes maiorias. Nossa jornada não termina aqui. Ainda há muito o que ser
feito e muita luta pela frente. Continuemos com a luta pela justiça, pela paz e
pela integridade da Criação. Paz e bem.
Celso Junio Silva
Subsecretário Local de DHJUPIC
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